"Papai foi operário por muitos anos, principalmente na minha infância. Ele saia de casa quando eu ia dormir e chegava sempre antes de acordar. Usava sua bicicleta como transporte. Ele fez até um suporte para o guarda-chuva na bicicleta, pois em Joinville chove muito. As vezes eu tinha medo que papai não voltasse para casa. Ele sempre voltava com um machucado diferente. Mas papai dizia que eles pagavam bem, e que fazia parte da vida".
Essa obra é uma homenagem a todos os operários, representando um momento do cotidiano em que o jovem trabalhador enfrenta a chuva para ir ao trabalho. Fui até o local de referência, registrando várias pessoas em suas bicicletas. Passei meses observando como a chuva se comportava durante a noite, com a luz refletindo em poças d'água no concreto.
Idealizei um jovem alternativo, com cabelos coloridos, vestindo um uniforme e desempenhando seu papel para garantir o sustento. Após quase um ano de produção, com muitos acertos e erros na composição, a obra está finalmente concluída.