Última pintura a óleo de 2024.
Essa obra nasceu como uma mistura de tudo que eu já fui e tudo o que eu represento hoje.
Sempre me senti muito à vontade em ambientes com música alta, gente curtindo, luzes e energia. São nesses espaços que eu consegui mostrar minha arte pro público de Joinville. Aqui, a gente tem uma cena cultural bem única, onde artistas jovens conseguem florescer e expor seus trabalhos em lugares como baladas, shows e festas. É curioso como o público vai pra se divertir, mas acaba esbarrando na arte local, e consumindo ela também.
Coloquei várias referências pessoais nessa pintura:
Prince no palco: porque é ele quem mais escuto enquanto pinto.
Boy George olhando meu estande: minha maior inspiração pra virar artista, já que além de músico, ele também é artista visual.
Alguns amigos aparecem na cena, junto com várias pessoas interagindo de formas diferentes, como acontece mesmo nesses ambientes.
O corote azul tá ali, meio escondido, mas marcando presença, foi um elemento forte em obras minhas como "O Esquenta" e "Uno!".
E também representei a casa onde cresci, lá no bairro Ulysses Guimarães. Sempre levo comigo tudo que vivi ali.
Me coloquei na pintura de várias formas:
Vestida como a banda Kiss, lembrança da fantasia que me fez largar a faculdade de Biologia e escolher ser artista.
Uma figura de autoridade aparece olhando minha mesa de obras com desaprovação, algo que já vivi em outros momentos, esse olhar que tenta invalidar.
E minha versão principal está com uma fantasia de personagem, tentando chamar atenção de todo jeito, como se quisesse gritar pro mundo que arte existe, é real, é possível e pode estar na vida de todo mundo.
Essa pintura é um autorretrato em várias camadas. Um jeito de dizer, com imagem, como é ser artista independente, local tentando existir no meio do barulho, da festa, do afeto e da resistência.